quinta-feira, 13 de março de 2008

Japoneses escrevem o nome na história da Amazônia



PORTO VELHO, RO – Trinta famílias de japoneses que embarcaram no porto de Kobe em julho de 1954 entraram na Amazônia Ocidental e hoje são reconhecidas pela contribuição ao crescimento socio-econômico da região. Elas chegaram ao porto de Belém (PA) a bordo do navio África Maru. Em seguida, subiram os rios Amazonas e Madeira, rumando para Porto Velho, capital do então Território Federal do Guaporé. Desbravaram a mata virgem nas terras doadas pelo governo, venceram doenças tropicais, plantaram e colheram. De 1954 até hoje, a partir da tentativa do cultivo de seringueira, os japoneses se dedicaram à criação de aves e ao cultivo de verduras e hortaliças. Do grupo inicial restam apenas sete famílias na Colônia 13 de Setembro, onde foram assentados. Dedicaram-se integralmente à agricultura e à avicultura. Muitos se mudaram para a cidade e para outras regiões. Todos viram a transformação do Guaporé em Rondônia e a criação e instalação do novo estado.
Na Colônia fica a sede da Associação Cultural 13 de Setembro fundada pelos imigrantes e seus descendentes. Heishiro Kuriyama, 71 anos – que chegou com 17 anos – é o atual presidente. “Chamou atenção de todos, ainda no porto, as palavras de encorajamento proferidas pelo capitão do navio: enquanto estão no navio, tudo bem, mas é depois do desembarque que começam as dificuldades. Uma vida rigorosa espera pelos senhores. Sejam persistentes e tenham coragem!”— ele recorda. “Calou fundo no coração de nós todos”.
Em julho deste ano, a colônia vai comemorar novamente sua chegada em Rondônia, há 54 anos. Em 2009, a festa será em Manaus. Os japoneses vão lembrar os 80 anos da imigração ao Estado do Amazonas.

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