terça-feira, 13 de abril de 2010

Sotaque mineiro: é ilegal, imoral ou engorda?


Autor: Felipe Peixoto Braga Netto



''Minas não é palavra montanhosa. É palavra abissal. Minas é dentro. E fundo”
(Carlos Drummond de Andrade)

Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos — oh sina — para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria descobrir as falas de cada região do Brasil. Cadê os lingüistas deste país? Sinto falta de um tratado geral das sotaques brasileiros. Não há nada que me fascine mais. Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e determinam a cadência e a sonoridade das palavras?É um absurdo. Existem livros sobre tudo; não tem (ou não conheço) um sobre o falar ingênuo deste povo doce. Escritores, ô de casa, cadê vocês? Escrevam sobre isto, se já escreveram me mandem, que espero ansioso. Um simples " mas" é uma coisa no Rio Grande do Sul. É tudo menos um "mas" nordestino, por exemplo. O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo (das mineiras) ficou de fora? Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde.
**Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso? Assino achando que ela me faz um favor.Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque. Mas, se o sotaque desarma, as expressões são um capítulo à parte. Não vou exagerar, dizendo que a gente não se entende... Mas que é algo delicioso descobrir, aos poucos, as expressões daqui, ah isso é...Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "pó parar". Parece que as palavras, para os mineiros, são como aqueles chatos que pedem carona. Quando você percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho. Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem — lingüisticamente falando — apenas de uais, trens e sôs. Digo-lhes que não.
**Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro — metaforicamente falando, claro — ele é bom de serviço. Faz sentido... Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá boa?" Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe nadar. Desnecessário.Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer:
— Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).
O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz:
— Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.
Esse "aqui" é outro que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer, olá, me escutem, por favor. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.
**Mineiras não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se lá por que, "apaixonado com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: "Ah, eu apaixonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. É um tal de bonitim, fechadim, e por aí vai.
**Na verdade, o mineiro é o baiano lingüístico. A preguiça chegou aqui e armou rede. O mineiro não pronuncia uma palavra completa nem com uma arma apontada para a cabeça.Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas. Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer:
— Eu preciso de ir.
Onde os mineiros arrumaram esse "de", aí no meio, é uma boa pergunta. Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório. Deixa eu repetir, porque é importante. Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum. Entendam... Você não precisa ir, você "precisa de ir". Você não precisa viajar, você "precisa de viajar". Se você chamar sua filha para acompanhá-la ao supermercado, ela reclamará:— Ah, mãe, eu preciso de ir?No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa.
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará:
Ai, gente, que dó.
É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras. Eu aviso que vá se apaixonar na China, que lá está sobrando gente. E não vem caçar confusão pro meu lado.
Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão". Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom (acho que dá na mesma), ela, se for jovem, vai gritar: "Ô, é sem noção". Entendeu, leitora? É sem noção! Você não tem, leitora, idéia do tanto de bom que é. Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?Ouço a leitora chiar:
— Capaz...
Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "tá fácil que eu faça isso", com algumas toneladas de ironia. Gente, ando um péssimo tradutor. Se você propõe a sua namorada um sexo a três (com as amigas dela), provavelmente ouvirá um "capaz..." como resposta. Se, em vingança contra a recusa, você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "ô dó dôcê". Entendeu agora?Não? Deixa para lá. É parecido com o "nem...". Já ouviu o "nem..."? Completo ele fica: - Ah, nem...O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?". Resposta: "nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?". A pergunta, mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"? Tão simples. O resto do Brasil complica tudo.
**Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão. E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará: — Ele pôs a culpa "ni mim".A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas... Ontem, uma senhora docemente me consolou: "preocupa não, bobo!". E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras nem se espantaram. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim. A fórmula mineira é sintética e diz tudo.Até o tchau em Minas é personalizado. Ninguém diz tchau pura e simplesmente. Aqui se diz: "tchau pro cê", "tchau pro cês". É útil deixar claro o destinatário do tchau. O tchau, minha filha, é prôcê, não é pra outra entendeu?Deve haver, por certo, outras expressões... A minha memória (que não ajuda muito) trouxe essas por enquanto. Estou, claro, aberto a sugestões. Como é uma pesquisa empírica, umas voluntárias ajudariam... Exigência: ser mineira. Conversando com lingüistas, fui informado: é prudente que tenham cabelos pretos, espessos e lisos, aquela pele bem branquinha... Tudo, naturalmente, em nome da ciência. Bem, eu me explico: é que, características à parte, as conformações físicas influem no timbre e som da voz, e eu não posso, em honrados assuntos mineiros, correr o risco de ser inexato, entendem?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Atendendo a pedidos, Link para o meu perfil do orkut

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=9794770189735792656

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

HISTÓRIA EM DEBATE: UM PROJETO, ALGUNS DESAFIOS


O fazer em História é constituído em um caminho de incertezas e cada vez mais fragmentado pelo tempo. A pesquisa em História, mostra um mundo rico em possibilidades para o historiador, este que se vê diante de desafios: problematizar conceitos, ou apenas repeti-los, como fatos sem importância para o presente. A documentação utilizada pelos historiadores para suas análises, se mostram cada vez mais instigante e reformulada, hoje pode-se enxergar na História, novos objetos, que auxiliam o pesquisador na tentativa de buscar validades para compreensão histórica.
Diante disso, cabe aqui ressaltar as palavras do historiador Fustel de Coulanges, onde para ele: “A história não é a acumulação dos acontecimentos, de qualquer natureza, que se tenham produzido no passado. Ela é a ciência das sociedades humanas”. Partindo desse pressuposto, que a História é disciplina responsável pela compreensão das sociedades humanas e, num momento em que os novos recursos tecnológicos são tão valorizados no mercado, nota-se que o uso da internet auxilia cada vez mais na pesquisa e na produção do conhecimento. Sendo assim, propomos a utilização desse veículo como meio de informação e formação dos acadêmicos do curso de Historia da FAVA, por meio do projeto intitulado: História na Rede: Jornal online e Vídeos “História em Debate”, que busca apresentar o curso de História da FAVA, seus alunos e professores, mostrando um curso dinâmico e mesmo sendo de licenciatura Plena, é um curso que nas palavras da coordenadora Sandra Rodart deve ser, “marcado cada vez mais pela pesquisa”, pretendendo “fazer com que o curso de História tenha sua documentação, que a gente consiga fazer um diálogo maior com a cidade, com as questões locais”.
O projeto História em Debate foi elaborado pelos acadêmicos, Gilberto Abreu de Oliveira, Mayra Cristina Amaral Machado, tendo a colaboração dos professores, Aleciana Vasconcelos Ortega e Jacques Elias de Carvalho, que mostraram um curso ainda não conhecido, e desvendando ainda mais o potencial de cada um dos acadêmicos, seja nas entrevistas, seja na produção de artigos para o jornal. As entrevistas iniciaram no 1º bimestre, contando com ampla participação dos acadêmicos, que sempre que possível estavam dispostos a colaborarem com nossa proposta.
A rica experiência proporcionada pela História em Debate, não foi em vão. Muito se produziu no que diz respeito a documentação do curso de História da FAVA. Pois como se sabe, nos dias atuais o profissional de História está apto a trabalhar em lugares que exijam dele um manejo apropriado das novas mídias, em salas de aula, ou em empresas de preservação patrimonial. Como resultado de tais entrevistas um DVD dos vídeos, foi elaborado, com intuito de deixar um acervo documental disponível para alunos e comunidade local.
A idéia foi integrar o curso por meio da escrita de artigos, e entrevistas com alunos e professores, articulando assim a pesquisa e a prática, mostrando que os debates entre os alunos é de fundamental importância para a consolidação de um curso superior, que busque por meio de análises críticas compreender determinados temas em História, relacionando-os com seu lugar social. Ficam aqui nossos agradecimentos a todos que contribuíram para as ações desse projeto tão instigante, que mesmo sendo um desafio acadêmico é antes de tudo, uma proposta para integrar e divulgar o curso de História, mostrando a importância do historiador nas questões que constituem as sociedades humanas.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Arqueólogos encontram estátuas de antigo rei egípcio


Estátua feita de granito preto com o rosto de antigo faraó Amenhotep III foi encontrada no Egito
05 de março de 2009

Um grupo de arqueólogos egípcios e europeus descobriu duas estátuas do rei Amenhotep III, que governou o Egito aproximadamente 3,4 mil anos atrás, disse nesta quinta-feira o Supremo Conselho da Antigüidade. As relíquias foram encontradas na cidade de Luxor, no Egito.
O arqueólogo-chefe Zahi Hawaas disse em um comunicado que a primeira estátua foi feita de granito preto. Já a segunda representa o rei pela forma de esfinge, a figura com a cabeça de um homem e o corpo de leão.
Amenhotep III governava em uma era na qual ocorria um renascimento das artes egípcias. Ele foi sucedido pelo seu filho Akhenaten, o faraó do culto ao sol, tido por alguns como o primeiro no mundo a estabelecer uma religião monoteísta.

terça-feira, 3 de março de 2009

Tumba de mais de 3.200 anos é encontrada em cidade egípcia

Feito de pedras, sarcófago foi encontrado em pedaços e seria da 19ª dinastia egípcia
CAIRO - Uma tumba de mais de 3.200 anos foi encontrada por arqueólogos na cidade egípcia de Saqqara, 40 quilômetros ao sul do Cairo. O sarcófago era de uma mulher da nobreza e foi feito com pedras, segundo o Conselho Supremo de Antiguidades Egípcias (CSA).

Feita de pedras, tumba pertenceu à nobreza, segundo arqueólogos egípcios. Foto: Efe

O sarcófago foi encontrado em pedaços e seria da 19ª dinastia egípcia. Há mais ou menos 150 anos, arqueólogos fazem escavações na região de Saqqara em busca de material arqueológico.

Detalhes da tumba encontrada na cidade de Saqqara, que fica a 40 km do Cairo. Foto: Efe

No local, já foram encontradas pirâmides destruídas, tumbas de reinados antigos e outras mais recentes, da era romana.

domingo, 16 de novembro de 2008

Descoberto cemitério fenício no Líbano


Autoridades do Egito anunciaram a descoberta de uma pirâmide de 4,3 mil anos de idade em Saqqara, a área em que os imperadores da antiga Mênfis eram enterrados no Egito Antigo. Acredita-se que a pirâmide tenha sido construída em homenagem à rainha Sesheshet, mãe do rei Teti - o fundador da 6ª dinastia real do Egito Antigo.

O arqueólogo-chefe do Egito, Zahi Hawass, anunciou a descoberta no próprio local, a cerca de 20 km do Cairo.

A equipe de Hawass explora a região há 20 anos, mas, segundo o arqueólogo, só descobriu a construção sob as areias do deserto há dois meses. Hawass afirma que esta é a 118ª pirâmide a ser encontrada no Egito.

sábado, 1 de novembro de 2008

Descoberta de cidade antiga pode alterar imagem de Davi bíblico

KHIRBET QEIYAFA, Israel - Perto do verde vale de Elah, onde a Bíblia diz que Davi venceu Golias, arqueólogos descobriram uma cidade fortificada de 3 mil anos que pode mudar a percepção do período em que ele liderou os israelenses. Cinco camadas de argila cobriam o que parece ser o texto hebraico mais antigo já encontrado e pode ter enorme impacto no que se sabe sobre a história da escrita e o desenvolvimento do alfabeto.


A área de cinco acres, com seus fortes, casas e portões, também será uma arma no politizado debate sobre Davi e sua capital, Jerusalém, terem sido um reino importante ou uma tribo pequena, uma questão que divide não apenas os estudiosos mas aqueles que buscam desligitimar o sionismo.



Até o momento apenas uma pequena parcela da área foi escavada e nenhuma descoberta foi divulgada ou totalmente analisada. A escavação, liderada por Yosef Garfinkel da Universidade Hebraica de Jerusalém, já causa furor entre seus colegas bem como ansiedade entre aqueles que usam a Bíblia como um guia da história e confirmação de fé.
Fortificações descobertas por arqueólogos / AP
"Este é um tipo de lugar que subitamente abre uma janela para uma área da qual não sabíamos quase nada e ele exige que repensemos o que aconteceu naquele período", disse Aren M. Maeir, professor de arqueologia da Universidade Bar-Ilan e diretor de outra escavação na região. "Essa é uma descoberta única". O período de 10 a.C. é o mais controverso na arqueologia bíblica porque foi ali que, de acordo com o Velho Testamento, Davi uniu os reinos de Judá e Israel, abrindo caminho para que seu filho Salomão construísse seu grande templo e comandasse um enorme império entre os rios Nilo e Eufrates. Para muitos judeus e cristãos, mesmo aqueles que não levam a Escritura ao pé da letra, a Bíblia é uma fonte histórica vital. Para o Estado de Israel, que considera a si mesmo como descendente do reino de Davi, evidências que atestem as histórias bíblicas têm um enorme valor. O website do Ministério do Exterior, por exemplo, apresenta o reino de Davi e Salomão em um mapa como se fossem fatos comprovados.



No entanto, os dados arqueológicos de tal reino são escassos (quaseinexistentes) e inúmeros estudiosos de hoje argumentam que ele não passou de um mito criado séculos depois. Uma grande potência, segundo eles, teria deixado rastros de cidades e atividades, além de ser mencionado por outros. Ainda assim, nada disso aconteceu na região - pelo menos até agora. Garfinkel afirma ter achado algo que muitas gerações buscaram. Ele fez duas apresentações informais no mês passado a colegas arqueólogos.Nesta quinta-feira, ele fará uma leitura formal durante uma conferência em Jerusalém.
Descobertas testadas O que ele encontrou até então impressiona. Dois potes de azeitonas encontrados foram testados para carbono-14 na Universidade de Oxford e datados entre 1050 e 970 a.C., exatamente no período que a maioria das histórias diz que Davi se tornou rei. Outros dois estão sendo testados.



Vista aérea mostra escavações na região de Khirbet Qeiyafa / AP
O especialista em línguas semíticas antigas, Haggai Misgav, afirma que a escrita sobre argila com carvão e gordura animal como tinta foi elaborada no chamado proto-Canaanite e parece ser uma carta ou um documento em hebraico, sugerindo que a alfabetização pode ter sido mais comum do que se imaginava.



Isso pode ter um papel na disputa sobre a Bíblia, uma vez que caso outros escritos apareçam irão sugerir que existia a tradição do registro de eventos que eram passados para a frente séculos antes do que se acredita que a Bíblia tenha sido escrita. Outro motivo que torna este local promissor é o fato de ter sido usado por um curto período de tempo, talvez 20 anos, e então destruído - Garfinkel especula que em uma batalha com os filisteus - e abandonado por séculos, selando as descobertas com uma uniformidade similar a de Pompéia. A maioria dos sítios são feitos de camadas de períodos diferentes, nas quais inevitavelmente há uma mistura, tornando difícil a definição da data exata dos artefatos encontrados. Por ETHAN BRONNER