sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O feudalismo

Introdução


O Feudalismo pode ser visto enquanto um sistema de produção a partir do século IX, definido após um longo processo de formação, reunindo principalmente elementos de origem germânica e de origem romana. Essa estrutura foi marcante na Europa Ocidental e responsável pela consolidação de conceitos e valores que se perpetuarão. Muitos vêem nesse momento o desenvolvimento da "Europa Cristã".

A economia

A economia feudal possuía base agrária, ou seja, a agricultura era a atividade responsável por gerar a riqueza social naquele momento. Ao mesmo tempo, outras atividades se desenvolviam, em menor escala, no sentido de complementar a primeira e suprir necessidades básicas e imediatas de parcela da sociedade. A pecuária, a mineração, a produção artesanal e mesmo o comércio eram atividades que existiam, de forma secundária.


Como a agricultura era a atividade mais importante, a terra era o meio de produção fundamental. Ter terra significava a possibilidade de possuir riquezas ( como na maioria das sociedades antigas e medievais), por isso preservou-se a caráter estamental da sociedade. Os proprietários rurais eram denominados Senhores Feudais, enquanto que os trabalhadores camponeses eram denominados servos.O feudo era a unidade produtiva básica. Imaginar o feudo é algo complexo, pois ele podia apresentar muitas variações, desde vastas regiões onde encontramos vilas e cidades em seu interior, como grandes "fazendas" ou mesmo pequenas porções de terra. Para tentarmos perceber o desenvolvimento socioeconômico do período, o melhor é imaginarmos o feudo como uma grande propriedade rural. O território do feudo era dividido normalmente em três partes: O Domínio, terra comum e manso servilO Domínio é a parte da terra reservada exclusivamente ao senhor feudal e trabalhada pelo servo. A produção deste território destina-se apenas ao senhor feudal. Normalmente o servo trabalha para o senhor feudal, nessa porção de terra ou mesmo no castelo, por um período de 3 dias, sendo essa obrigação denominada corvéia.Terra comum e a parte da terra de uso comum. Matas e pastos que podem ser utilizadas tanto pelo senhor feudal como pelos servos. É o local de onde retiram-se lenha ou madeira para as construções, e onde pastam os animais.Manso servil era a parte destinada aos servos. O manso é dividido em lotes (glebas) e cada servo tem direito a um lote. Em vários feudos o lote que cabe a um servo não é contínuo, ou seja, a terra de vários servos são subdivididas e umas intercaladas nas outras. De toda a produção do servo em seu lote, metade da produção destina-se ao senhor feudal, caracterizando uma obrigação denominada talha.Esse sistema se caracteriza pela exploração do trabalho servil, responsável por toda a produção. O servo não é considerado um escravo, porém não é um trabalhados livre. O que determina a condição servil é seu vínculo com a terra, ou seja, o servo esta preso a terra. Ao receber um lote de terra para viver e trabalhar, e ao receber (teoricamente) proteção, o servo esta forçado a trabalhar sempre para o mesmo senhor feudal, não podendo abandonar a terra. Essa relação, definiu-se lentamente desde a crise do Império Romano com a formação do colonato.Além da corvéia e da talha, obrigações mais importantes devidas pelo servo ao senhor, existiam outras obrigações que eram responsáveis por retirar dos servo praticamente tudo o que produzia.Tradicionalmente a economia foi considerada natural, de subsistência e desmonetarizada. Natural por que baseava-se em trocas diretas, produtos por produto e diretamente entre os produtores, não havendo portanto um grupo de intermediários (comerciantes); de subsistência por que produzia em quantidade e variedade pequena, além de não contar com a mentalidade de lucro, que exigiria a produção de excedentes; desmonetarizada por não se utilizar de qualquer tipo de moeda, sendo que havia a troca de produto por produto.Apesar de podermos enxergar essa situação básica, cabem algumas considerações: o comércio sempre existiu, apesar de irregular e de intensidade muito variável. Algumas mercadorias eram necessárias em todos os feudos mas encontradas apenas em algumas regiões, como o sal ou mesmo o ferro. Além desse comércio de produtos considerados fundamentais, havia o comércio com o oriente, de especiarias ou mesmo de tecidos, consumidos por uma parcela da nobreza (senhores feudais) e pelo alto clero. Apesar de bastante restrito, esse comércio já era realizado pelos venezianos.Mesmo o servo participava de um pequeno comércio, ao levar produtos excedentes agrícolas para a feira da cidade, onde obtinha artesanato urbano, promovendo uma tímida integração entre campo e cidade. " A pequena produtividade fazia com que qualquer acidente natural (chuvas em excesso ou em falta, pragas) ou humano ( guerras, trabalho inadequado ou insuficiente) provocasse períodos de escassez" (1) Nesse sentido havia uma tendência a auto suficiência, uma preocupação por parte dos senhores feudais em possuir uma estrutura que pudesse prove-lo nessas situações.


A sociedade


A sociedade feudal era composta por duas classes sociais básicas: senhores e servos. A estrutura social praticamente não permitia mobilidade, sendo portanto que a condição de um indivíduo era determinada pelo nascimento, ou seja, quem nasce servo será sempre servo. Utilizando os conceitos predominantes hoje, podemos dizer que, o trabalho, o esforço, a competência e etc, eram características que não podiam alterar a condição social de um homem.O senhor era o proprietário dos meios de produção, enquanto os servos representavam a grande massa de camponeses que produziam a riqueza social. Porém podiam existir outras situações: a mais importante era o clérigo. Afinal o clero é uma classe social ou não?O clero possuía grande importância no mundo feudal, cumprindo um papel específico em termos de religião, de formação social, moral e ideológica. No entanto esse papel do clero é definido pela hierarquia da Igreja, quer dizer, pelo Alto Clero, que por sua vez é formado por membros da nobreza feudal. Originariamente o clero não é uma classe social, pois seus membros ou são de origem senhorial (alto clero) ou servil (baixo clero).A maioria dos livros de história retrata a divisão desta sociedade segundo as palavras do Bispo Adalberon de Laon: "na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros" Para o bispo, o conjunto de servos é "uma raça de infelizes que nada podem obter sem sofrimento". Percebe-se o discurso da Igreja como uma tentativa de interpretar a situação social e ao mesmo tempo justifica-la, preservando-a. Nesta sociedade, cada camada tem sua função e portanto deve obedece-la como vontade divina.


Na camada superior, "os guerreiros" pode-se perceber uma diferença entre nobres e cavaleiros. Os primeiros descendem das principais famílias do período carolíngeo, enquanto que os demais se tornaram proprietários rurais a partir da concessão de extensões de terras oferecidas pelos nobres. Essa relação era bastante comum, fortalecia os laços entre os membros da elite, mesmo por que os cavaleiros se tornavam vassalos e ao mesmo tempo procuravam imitar o comportamento da nobreza tradicional, adotando sua moral e seus valores. Com o passar do tempo a diferenciação entre nobres e cavaleiros foi desaparecendo; preservou-se no entanto a relação de suserania e vassalagem.A relação de suserania e vassalagem é bastante complexa. Sua origem remonta ao Reino Franco, principalmente durante o reinado de Carlos Magno e baseia-se na concessão do feudo (beneficium).Surgem os dois primeiros problemas: Quem esta envolvido nesta relação? e, o que é feudo?Esta relação é eventual, pode existir ou não, dependendo da vontade ou da necessidade das partes, que são sempre dois senhores feudais; ou seja, é uma relação social que envolve membros da mesma camada social, a elite medieval. O termo feudo originariamente significava "benefício", algo concedido a outro, e que normalmente era terra, daí sua utilização como sinônimo da "propriedade senhorial". Suserano é o senhor que concede o benefício, enquanto que vassalo é o senhor que recebe o benefício. Esta relação, na verdade bastante complexa, tornou-se fundamental durante a Idade Média e serviu para preservar os privilégios da elite e materializava-se a partir de três atos: a homenagem , a investidura e o juramento de fidelidade. Normalmente o suserano era um grande proprietário rural e que pretende aumentar seu exército e capacidade guerreira, enquanto o vassalo, é um homem que necessita de terras e camponeses.
O poder
No mundo feudal não existiu uma estrutura de poder centralizada. Não existe a noção de Estado ou mesmo de nação. Portanto consideramos o poder como localizado, ou seja, existente em cada feudo. Apesar da autonomia na administração da justiça em cada feudo, existiam dois elementos limitadores do poder senhorial. O primeiro é a própria ordem vassálica, onde o vassalo deve fidelidade a seu suserano; o segundo é a influência da Igreja Católica, única instituição centralizada, que ditava as normas de comportamento social na época, fazendo com que as leis obedecessem aos costumes e à " vontade de Deus". Dessa forma a vida quase não possuía variação de um feudo para outro.É importante visualizar a figura do rei durante o feudalismo, como suserano-mor, no entanto sem poder efetivo devido a própria relação de suserania e a tendência á auto-suficiência econômica.Leia sobre o feudalismo

(1) Franco Jr, Hilário, O feudalismo, Ed. Brasiliense, col. Tudo é História.



Mosteiro da Luz pode ter catacumba com 40 múmias


Um terceiro corpo encontrado no Mosteiro da Luz, em São Paulo, pode ser o indício de que pode haver uma catacumba com outras 40 múmias enterradas no local, informou o jornal O Estado de S.Paulo nesta quinta-feira. Restos mumificados de duas freitas foram encontrados durante uma descupinização.Segundo o jornal, o terceiro corpo com fragmentos de músculos nos ossos da mão estaria abaixo dos já encontrados. Agora, uma equipe de especialistas vai verificar se existem outros cadáveres no mosteiro. A suspeita em relação a uma possível catacumba vem da análise preliminar de documentos históricos.Outras quatro câmaras mortuárias serão avaliadas, apesar de algumas informações encontradas não coincidirem com os registros históricos das irmãs concepcionistas. Sobre o terceiro corpo, o arqueólogo Sérgio Monteiro da Silva, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, acredita que ele foi devorado por cupins.

II Jornadas de Turismo, Património e Cultura


Norte Alentejano

Vai decorrer nos próximos dias 5, 6 e 7 de Março, na Câmara Municipal de Avis, as II Jornadas de Turismo, Património e Cultura do Norte Alentejo com a presença da Senhora Secretária de Estado da Cultura, Professora Doutora Paula Fernandes dos Santos. Esta iniciativa que conta com o apoio do Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e da Câmara Municipal de Avis é organizada por um grupo de alunos dos cursos de Técnicas de Arqueologia, Gestão do Território e Património Cultural e de Gestão Turística e Cultural do IPT e visa dinamizar e promover as regiões mais interiores do norte Alentejano ao nível do património e dos recursos turísticos e culturais. Serão abordadas diversas temáticas nomeadamente: Avis e a sua importância no contexto da História de Portugal; Pré-História e Arqueologia do Norte Alentejano; Gestão, Divulgação e Valorização do Património Arqueológico no Norte Alentejano; Turismo e Desenvolvimento de Base Territorial; Turismo: Planeamento, Formação Superior e Gestão de Recursos Turístico - Culturais, entre outras. Pela qualidade dos oradores e pela pertinência e actualidade dos temas em debate, a 2.ª Semana da Gestão vai constituir uma importante ferramenta para análise de problemáticas do panorama nacional.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O que é história?



A História é o estudo do homem no tempo, concomitante a análise de processos e eventos ocorridos no passado. Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos. A palavra história tem sua origem nas «investigações» de Heródoto, cujo termo em grego antigo é Ἱστορίαι (História). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes.
O estudo histórico começa quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados. Esse estudo, do ponto de vista europeu, divide-se em dois grandes períodos: Pré-História e História.
Os historiadores usam várias fontes de informação para construir a sucessão de processos históricos, como, por exemplo, escritos, gravações, entrevistas (História oral) e achados arqueológicos. Algumas abordagens são mais frequentes em certos períodos do que em outros e o estudo da História também acaba apresentando costumes e modismos (o historiador procura, no presente, respostas sobre o passado, ou seja, é influenciado pelo presente).

Os eventos anteriores aos registos escritos pertencem à Pré-História e as sociedades que co-existem com sociedades que já conhecem a escrita (é o caso, por exemplo, dos povos celtas da cultura de La Tène) pertencem à Proto-História.

"O saber de hoje passa pela imagem" - Marc Ferro


Num momento em que um filme como "Olga" desencadeia críticas negativas e defensores apaixonados, é bom ter por perto Marc Ferro, o historiador francês que, nos anos 70, passou a utilizar o cinema como objeto de estudo.Na próxima semana, o historiador participa do Recine, no Rio, depois fala no Sesc Paulista, em São Paulo, e se apresentará também na Unicamp. Ferro traz de novo à discussão os usos e abusos da imagem, não se limitando apenas às formas de representação da história pelo cinema mas também de como o cinema e a televisão se converteram em produtores autorizados de interpretações históricas, superando os livros.Autor de extensa bibliografia sobre a história contemporânea, Ferro não se limitou a criticar imagens. Ele é também um produtor de documentários e programas de televisão.É no trânsito entre a observação crítica das imagens e a sua construção que pôde realizar seus trabalhos mais significativos, como o programa "Histoire Parallèle", onde comparava cinejornais produzidos durante a guerra pelos diferentes países beligerantes, ou seus livros, onde a "história" dos historiadores tem o mesmo estatuto dos mitos, fábulas e filmes.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O coringa no baralho



FIDEL CASTRO continua a ser o coringa no baralho. Ele sabe que nenhum dos candidatos, em meio à campanha presidencial dos Estados Unidos, vai querer assumir um compromisso quanto a mudar radicalmente a política norte-americana com relação a Cuba, especialmente tendo em vista o fato de que a situação eleitoral na Flórida continua em aberto, como continuará até novembro. Assim, ao renunciar ao seu posto como chefe de Estado na terça-feira, Castro uma vez mais desconcertou seus inimigos e recolocou seu país na agenda internacional.
Os especialistas em assuntos cubanos estão confusos com o que está acontecendo; nisso eles não diferem muito dos velhos "kremlinólogos", que foram apanhados completamente despreparados quanto o sistema soviético implodiu. Um famoso kremlinólogo que eu conhecia na época, quando questionado sobre o papel dos dissidentes, disse que "jamais conversou com eles", o que explica muita coisa! Mas será que teremos uma transição tão descomplicada em Cuba como os especialistas acreditam?
Existem dois modelos de sucessão de ditaduras prolongadas que vale a pena considerar: Espanha e Portugal, nos anos 70. Em Portugal, o velho ditador Salazar morreu e foi sucedido por um de seus veteranos colaboradores, Marcelo Caetano. Mas Caetano era tímido demais. Ele não pôs fim às guerras coloniais de Portugal na África e não procurou uma aproximação com forças democráticas moderadas na sociedade portuguesa, que desejavam ajudá-lo a modernizar a economia e as instituições do país. Em cinco anos, o edifício do regime ruiu completamente, e o país caiu no caos político e social.
Na Espanha, Francisco Franco também morreu de causas naturais. O velho ditador havia estabelecido procedimentos institucionais para perpetuar o regime. Mas o sucessor que escolheu, o rei Juan Carlos, não seguiu o roteiro. A Espanha negociou uma clara ruptura institucional com o passado, e a Europa acolheu o novo regime democrático em Madri e ajudou em sua consolidação por meio de uma grande transferência de verbas.
Cuba seguirá o exemplo de Portugal ou o da Espanha? Muito dependerá do bom senso dos governos latino-americanos, especialmente o brasileiro, bem como dos europeus. A verdade é que chegou a hora de criar um novo grupo de "amigos de Cuba", uma organização de alto nível cuja função seria ao menos a de indicar aos Estados Unidos que a era das ações unilaterais norte-americanas contra Cuba é coisa do passado.
Castro jogou sua carta. E ele observará as conseqüências atentamente.


KENNETH MAXWELL

A PREVISÃO EM HISTÓRIA: o papel do historiador de acordo com Eric Hobsbawm


Na obra O século XXI. Reflexões sobre o futuro, resultante de uma entrevista concedida pelo historiador a António Polito, considera o primeiro relativamente à percepção de tendências e de caminhos para o futuro por parte do historiador:
"Todos nós prevemos ou tentamos prever o futuro. Faz parte da vida e dos negócios tentar perceber o caminho que o futuro vai percorrer, enquanto nos for possível. Mas o processo de previsão do futuro deve necessariamente apoiar-se no conhecimento do passado. O que irá acontecer tem de estar ligado com o que já aconteceu, e é neste ponto que o historiador entra em cena. Sem procurar ganhar nada com isso, pois o seu trabalho não é explorar o seu conhecimento para obter algum lucro. O que o historiador pode fazer é tentar analisar que partes do passado são importantes, quais são as tendências e os problemas. Devemos então, dentro de certos limites, fazer uma tentativa de previsão, mas com a consciência de poder cair na imitação do vidente. Isto é, temos de saber que grande parte do futuro, na prática e por princípio, é totalmente imprevisível. Parece no entanto que os factos realmente imprevisíveis são os acontecimentos individuais, específicos, e que o verdadeiro problema para os historiadores é perceber a importância que estes podem vir a ter. Por vezes, a análise poderá revelá-los significativos, outras vezes, não. (...) Vemos então que os acontecimentos por vezes não têm importância para a previsão do historiador, outras vezes assumem um significado fundamental. É aqui que está o limite do esforço de previsão. (...)"


(HOBSBAWM, Eric J. - O século XXI. Reflexos sobre o futuro. Lisboa: Editorial Presença, 2000, p. 11-12)

Arqueólogos encontram templo de 4 mil anos no Peru

Um grupo de arqueólogos encontrou um templo e um mural de cerca de 4 mil anos na província de Chiclayo, no norte do Peru, que pode remontar ao início da civilização nesta região, informou o líder da investigação, Walter Alva.
Segundo a datação realizada por radiocarbono no laboratório Beta de Miami, o santuário e o mural "têm 4 mil anos", revelou Alva em Chiclayo, 780 km ao norte de Lima.
"Trata-se de um novo elemento da pré-história andina e podemos ter descoberto o início da civilização na costa norte do Peru".
O templo, situado dentro de uma grande construção, tem uma escada central e uma grande sala, onde há um altar de culto ao fogo.
Alva revelou que os trabalhos começaram no início de 2007 e que após três meses encontraram um mural multicolor, em uma zona denominada Ventarrón.
No mural há uma figura que parece um veado, o que representaria o ritual de caça praticado pelos antigos habitantes do lugar. Há ainda alguns animais presos em uma rede que tentam escapar de seus captores.
O prédio que abriga o mural tem 50 metros de comprimento por 50 metros de largura, e suas paredes estão decoradas com pinturas em vermelho, branco e verde.
Alva afirma que o santuário tem especial significado para a ciência porque sua construção revela técnicas de edificação jamais registradas. Suas paredes foram levantadas com blocos de sedimentos argilosos trazidos, provavelmente, das margens de um rio próximo.
"O que surpreende são as técnicas de construção e seu desenho arquitetônico, além da existência de pinturas murais, que podem ser as mais antigas da América".
Alva também ficou surpreso com o fato de não haver imagens do período "Formativo", como felinos, serpentes e aves, o que apontaria uma tradição diferente. Também não existe qualquer elemento ligado ao mar, apesar de ser uma civilização costeira.
O templo corresponderia aos antepassados da civilização do "Senhor de Sipán", um rei pré-incaico que governou há 1.700 anos e foi achado em uma tumba quase intacta, coberto de ornamentos de ouro.

France Presse, em Lima

Múmias e sarcófagos milenares são encontrados no Egito

Uma coleção de múmias e sarcófagos do período greco-romano egípcio (332 a.C - 395 d.C) foi achada em razoável estado de conservação no cemitério de Deir el-Banat, na localidade de Fayoum, 120 km ao sul do Cairo.
Segundo um comunicado do Conselho Supremo de Antiguidades (SCA, em inglês), algumas das múmias, cujo número não foi especificado, se encontravam envolvidas com vendas de linho.
Além das múmias, cuja identidade é desconhecida, foram achados três sarcófagos decorados com escrituras funerárias, que remontam à Dinastia Ptolomaica (350-30 a.C).
Dentro de um dos sarcófagos foi descoberta uma múmia despedaçada, cujo rosto estava coberto com uma máscara dourada, acrescentou a nota, que cita o secretário-geral do SCA, Zahi Hawass.
A mensagem faz referência ainda à descoberta de uma coleção de jóias e 40 pedaços de tecidos, impressos com desenhos de chaves e âncoras.
As antiguidades achadas foram armazenadas na região de Kum Oshim, em Fayoum, onde duas das múmias foram examinadas com raios X, o que permitiu verificar que pertencem a mulheres que aparentemente morreram ainda jovens.
Uma missão de arqueólogos russos deve fazer um esboço dos rostos das duas múmias para tentar precisar seus traços, segundo a nota.

Efe, no Cairo

Múmias de 2 freiras são encontradas no mosteiro da Luz

Uma escavação à procura de um foco de cupins acabou resultando na descoberta dos corpos mumificados de duas irmãs da ordem espanhola das Concepcionistas, em um nicho em uma parede de taipa de pilão do mosteiro da Luz (região central de São Paulo), onde funciona o Museu de Arte Sacra de São Paulo.
As múmias foram encontradas lado a lado, "uma com a cabeça sobre o ombro da outra", conta a diretora do museu, Mari Marino. Segundo a diretora, uma tem a pele conservada, os sapatos calçados e um terço nas mãos, cruzadas "em posição de amém". Da segunda, menos conservada, foi encontrada a ossada, corroída pelos cupins.
A descoberta foi revelada ontem pelo "Diário de S. Paulo".
O salão onde estão as múmias abrigava um cemitério onde eram sepultadas as irmãs concepcionistas. Ele fica ao lado da antiga sacristia do mosteiro, erguido em 1774 pelo frei Galvão -primeiro santo brasileiro, canonizado em 2007.
O cemitério funcionou nesse salão até 1822, ano da morte de frei Galvão, quando os enterros passaram a ser feitos do lado de fora. Desde 1774, 129 freiras foram enterradas no mosteiro.
Para serem sepultados, os corpos das freiras eram envoltos em uma espécie de casulo feito de argila e coberto com terra e cal, diz o arqueólogo Sérgio Monteiro da Silva, do departamento de arqueologia da morte do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.
Apesar de terem sido encontradas juntas, a principal hipótese é que as freiras tenham sido sepultadas separadamente. "A segunda freira provavelmente morreu anos depois e, no sepultamento, a primeira foi empurrada para trás", diz Silva, que participou da escavação.
O trabalho de escavação foi conduzido por uma equipe de cerca de 12 pessoas -além da descupinizadora e da direção do museu, arqueólogos, legistas, religiosos e fotógrafos acompanharam o trabalho.
Uma comissão formada por membros do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e religiosos já deu início a análises químicas e pesquisas nos arquivos da cúria para identificar as freiras.
As múmias deverão futuramente ser expostas ao público.
A escavação começou no sábado de Carnaval, mas a limpeza completa das múmias só terminou na sexta-feira. Os corpos permanecem dentro de um dos seis carneiros (espécie de gaveta mortuária comum em construções antigas) da sala.
No local há outros cinco carneiros e irmãs sepultadas sob o chão. Um outro carneiro chegou a ser aberto, mas permanece intocado por recomendação de especialistas. As outras quatro gavetas só deverão ser abertas após análises com um radar de superfície. O equipamento, utilizado para identificar covas clandestinas, deve ser cedido pela Sabesp (empresa de saneamento de São Paulo). RICARDO SANGIOVANNI da Folha de S.Paulo

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Arqueologia: Descoberto antigo centro da dinastia persa Aquemédia

Teerão, 25 Fev (Lusa) - Arqueólogos iranianos e australianos descobriram o que julgam ser os vestígios da cidade de Lidoma, um importante centro de governo da dinastia persa Auqueménida, do século VI antes de Cristo (a.C.).
Os arqueólogos encontraram um enorme edifício de cerca de 1.500 metros quadrados e 14 metros de altura, assim como um terraço com três escadarias e objectos que julgam remontar ao Império Aqueménida, fundado por Ciro, o grande (575-530 a.C).
Segundo o jornal Teheran Times, a descoberta deu-se durante as escavações que a equipa arqueológica realiza em Saravan, na província meridional de Fars, onde se situava o centro do antigo império.
As colunas encontradas durante as escavações - terminadas na semana passada - são muito idênticas às que se encontram no palácio de Sad-Sotun, en Persepolis, a 80 quilómetros de Shiraz, considerado o coração da antiga Pérsia.

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